Uma cachorra vira-lata deu à luz 15 filhotes num parto de emergência realizado na última sexta-feira (27) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). O normal, segundo veterinários, seria a cadela ter até no máximo nove filhotes.
Como Gaúcha, que tem aproximadamente três anos e se parece com um beagle, não apresentava dilatação suficiente, o nascimento ocorreu mediante cesariana, que durou duas horas. Nasceram nove fêmeas e seis machos.
Todos serão vacinados, castrados e destinados à adoção em meados de outubro, numa feira realizada pela AVA (Associação Vida Animal), segundo a voluntária e auxiliar de veterinária Luciana Mertz, 35. Por ter sido um parto por cesárea, havia o risco de a cachorra rejeitar os filhotes, o que chegou a ocorrer por algumas horas, mas foi contornado.
A explicação para prole numerosa e o tamanho “avantajado” dos filhotes de Gaúcha pode estar no pai dos cachorrinhos, um vira-lata chamado Gigante, que recebeu o nome devido ao tamanho e pertence à mesma proprietária de Gaúcha, a dona de casa Angélica Caroline Scatena, 23.
Não fosse a cesariana, Gaúcha corria o risco de morte, segundo o veterinário Jeffrey Frederico Lui, 59, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal (342 km de São Paulo).
Não fosse a cesariana, Gaúcha corria o risco de morte, segundo o veterinário Jeffrey Frederico Lui, 59, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal (342 km de São Paulo).
“Ela não ia conseguir dar à luz normalmente porque os fetos se desenvolveram muito. Os cachorrinhos iriam morrer, apodrecer e provocar uma intoxicação que mataria a mãe.” O professor da Unesp considera raro o caso de Gaúcha.
Rodízio para mamar
Os cachorrinhos estão bem de saúde e vivendo com a mãe num quarto de uma casa de Cravinhos, cidade que fica a 20 quilômetros de Ribeirão. Para mamar, é preciso fazer um rodízio, porque não há tetas para todos. “A Gaúcha está sendo uma boa mãe, muito carinhosa. Ela só rosna um pouco quando outros cães se aproximam”, afirma a dona.
Na mesma casa em que estão Gaúcha, Gigante e os 15 filhotes vivem outros 14 cachorros. Metade fica no quintal dos fundos, e a outra parte no quintal da frente. São animais que, a exemplo de Gaúcha e Gigante, viviam nas ruas e foram adotados.
Gaúcha está se submetendo a uma dieta especial de ração misturada com fígado, leite e carne moída para garantir o sustento da ninhada.