quinta-feira, 3 de abril de 2008

A inflação dos bichos

Ter bichos de estimação em casa é a alegria de muita gente, mas custa caro. Uma pesquisa revela que, nos últimos quatro anos, os gastos com animais domésticos subiram mais do que a inflação. A ração, por exemplo, aumentou mais do que os alimentos que nós, humanos, consumimos.

O contador Ivan Calaça chama os cachorros de “filhos”. Parece exagero, mas quando se pensa no orçamento doméstico, está corretíssimo. “Eles integram a família, é como se fossem nossos filhos”, conta.

Na casa da família Calaça, são quatro cachorros, 14 passarinhos e quatro peixes. E esses melhores amigos não dividem a conta, não emprestam dinheiro e gastam – e como gastam! Na ponta do lápis, eles devoram 10% da renda da família. “Só de ração, é R$ 200. Banho dos pequeninhos, mais R$ 250...”, calcula.

Uma pesquisa da fundação Getúlio Vargas mostra que o preço das rações subiu 31% nos últimos quatro anos, enquanto a nossa alimentação teve alta de 22%. A conta do veterinário (+32,4%) aumentou um pouco mais que a mensalidade escolar (+32,3%). Enquanto a inflação subiu 20%, a "inflação dos bichos" foi de 31% nesse período.
Passagem: uma explicação para isso é que, com aquecimento da economia, o brasileiro passou a comprar mais bens supérfluos. Alem de ração, acessórios para os animais entraram na cesta de compras.

Na loja de Cristiana Pereira, no Rio, o faturamento cresceu 10% depois que os acessório passaram a ser vendidos. “Tudo que é brinquedo, coleira, bolinha, que é novidade e atrai os cães, os clientes compram mesmo. Eles não fazem cerimônia”, ela diz.

“Os cuidados com banho, tosa e visitas mais freqüentes ao veterinário faz com que esses serviços tomem um dinamismo maio na economia, e aí há espaço para o aumento de preços”, explica o pesquisador André Braz, economista da FGV.

Com tantos bichos em casa, a família Calaça decidiu tirar proveito da situação: o filho mais velho estuda Veterinária e a mãe fez curso de banho e tosa.

Fonte: PlugPet News

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