segunda-feira, 7 de julho de 2008

Estudo sobre Leishmaniose Canina: 70% dos donos de cães desconhecem essa doença fatal

A Leishmaniose Canina pode ser transmitida ao homem e é potencialmente fatal. A sua prevenção, monitorização e controle são fundamentais.

A Leishmaniose Canina é uma doença infecciosa grave dos cães, causada pelo protozoário Leishmania sp. e é transmitida ao cão pela picada de um flebótomo, um insecto, vulgarmente conhecido como mosquito. Esta doença, de percurso crónico não tem cura definitiva e é fatal. Tratando-se de uma zoonose - ou seja, pode ser transmitida ao Homem, e também neste caso potencialmente fatal - a sua prevenção, monitorização e controle são importantíssimos, constituindo uma questão de Saúde Pública.

De uma forma geral, considera-se que praticamente todo o território continental é endémico, ou seja, que a doença é frequente. Diversos estudos levados a cabo nos últimos anos revelam que a Leishmaniose Canina está a aumentar em Portugal Continental, tendo duplicado em algumas zonas do território num período de apenas 10 anos. Projeções realizadas permitem concluir que a tendência de aumento da doença manter-se-á.

Para evitar o crescimento da doença, torna-se necessária a prevenção. Esta só será feita se os proprietários dos cães estiverem alertados e informados. O desconhecimento é considerado um fator de risco que deve ser controlado. Para avaliar o nível de conhecimento dos donos de cães acerca desta doença e tentar perceber se existem diferenças significativas entre regiões e se estas diferenças poderão implicar o estabelecimento de prioridades na realização de acções de informação, foi realizado um estudo onde foram inquiridas cerca de 1500 pessoas em todo Portugal Continental.

Esse estudo, realizado em Portugal, intitulado "Leishmaniose Canina em Portugal Continental - o que sabem os proprietários dos cães acerca desta zoonose parasitária", revelou que até 70% dos donos de cães nunca ouviram falar da doença; até 75% não sabe como preveni-la; até 85% não sabe que sinais causa; até 90% não sabe que pode ser transmissível ao homem e até 95% não tem conhecimentos suficientes sobre a doença. Percebeu-se que o nível de conhecimento é maior nas regiões mais afetadas e/ou urbanas, relativamente às regiões menos afectadas e/ou rurais.

Os autores concluem que as várias entidades nacionais e a classe médico-veterinária deveriam fomentar o desenvolvimento de ações de esclarecimento e informação para as populações. Neste âmbito, e tendo em conta que é importante começar desde cedo a informar e esclarecer os indivíduos, sessões de esclarecimento sobre a Leishmaniose canina e outras doenças, destinadas a crianças, são iniciativas muito válidas e que devem ser multiplicadas. As crianças são excelentes veículos de informação e ajudam a sensibilizar os pais para a necessidade de proteger o cão dos principais parasitas externos.

Reciprocamente, os pais devem ensinar os seus filhos a ter cuidados de higiene sempre que brincam com um cão. Nomeadamente, lavar as mãos após brincarem com os cães, ensinarem-nos a reconhecer os ectoparasitas mais comuns de forma a evitarem brincar com cães infestados.

Populações melhor informadas tenderão a prevenir as doenças nos seus cães. No caso da Leishmaniose, é fundamental evitar o contacto com o agente transmissor, através da aplicação de insecticidas com efeito repelente - spot on (gotas de aplicação cutânea) ou coleiras impregnadas com Deltametrina, sendo estas últimas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Como o insecto transmissor mantém-se activo entre Abril e Novembro, é aconselhável manter os cães protegidos, pelo menos, durante este período. Outro procedimento que se recomenda é a realização periódica, anual, do rastreio da Leishmaniose ao seu cão e evitar passeá-lo entre o entardecer e o amanhecer.


Fonte: Expresso


No próximo post fique sabendo mais sobre essa doença!

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