sábado, 14 de fevereiro de 2009

Verão é boa época para visitar borboletários

É tempo de ver borboletas. Nos dias ensolarados, típicos do verão, os borboletários se enchem ainda mais de beleza para brindar os visitantes com um espetáculo único.

A Revista da Folha selecionou três deles localizados nos arredores de São Paulo, em um raio de no máximo 170 km da capital, para quem deseja conhecer a dinâmica dos refúgios dos delicados bichinhos alados.

Nos borboletários, tudo é pensado em função das estrelas da casa. As plantas escolhidas para compor os jardins têm cores intensas, como amarelo, laranja e rosa, e produzem grande quantidade de néctar.

"Cores chamativas atraem as borboletas e garantem sua presença constante", explica Sandra Gatta, responsável pelo borboletário Flores que Voam, em Campos do Jordão (167 km de São Paulo).

Em pleno Horto Florestal da cidade, foi construída a estufa de 384 m2 que abriga nove espécies típicas da Serra da Mantiqueira.

Diariamente, funcionários recolhem alguns dos ovos depositados nas folhas das plantas cultivadas no jardim. Eles são levados para um local protegido até virarem larvas. Tem início, então, a terceira fase do processo, quando o inseto se abriga dentro do casulo (chamado de pupa), onde ocorre a fase mais interessante da metamorfose, na qual a lagarta vira, finalmente, uma borboleta.

Embora a casa de criação seja um ambiente fechado, os visitantes do Flores que Voam podem assistir a tudo, graças ao vidro estrategicamente colocado para saciar a curiosidade.

No berçário

Quem visita os borboletários aprende passo a passo o ciclo de vida dos lepidópteros. No complexo da Mata de Santa Genebra, em Campinas (95 km de São Paulo), a casa de criação funciona como um berçário. Lá ficam os ovos, as lagartas, e o pupário, onde são acondicionadas as pupas, estágio intermediário entre a larva e o inseto adulto.

Com paciência e sorte, é possível assistir à postura de ovos e até mesmo à eclosão do casulo, momento em que surge pela primeira vez a borboleta.

O borboletário da Reserva Florestal da Mata de Santa Genebra tem área de cerca de 3.000 m2, dividida em quatro espaços: berçário, jardim, viveiro de mudas e viveiro de borboletas.

A principal atração é a própria mata que abriga mais de 700 espécies de borboletas. Nela, os visitantes fazem uma trilha antes de visitar o borboletário propriamente dito.

A curiosidade em torno dos belos insetos voadores serve para conscientizar a população sobre a importância da preservação. "Borboletas são instrumentos importantes para sensibilizar o público", afirma Arlete Abrahão, diretora de gestão ambiental de Diadema, na grande São Paulo.

O Jardim Botânico do município abriga o borboletário Laerte Brittes de Oliveira, com cerca de 900 borboletas. Em um espaço de 187 m2 são realizadas pesquisas e ações de conservação e, principalmente, de educação ambiental.

O visitante mais interessado pode se informar sobre o significado de cada bater de asas. "Voando baixo, a borboleta procura comida ou planta para botar seus ovos. Quando voa no mesmo lugar, pode estar defendendo seu território. Já o voo reto é típico da migração", explica Lucas Kaminski, pesquisador da Unicamp e especialista em ecologia.

Alto, baixo ou reto não importa. As borboletas sempre encantam com seu balé aéreo interminável. O Brasil, por sua dimensão e clima tropical, abriga um sexto de todas as espécies catalogadas mundo afora, totalizando cerca de 3.000 exemplares.

Quase metade pode ser encontrada no Estado de São Paulo, especialmente no verão. "Somos o país com mais borboletas, e a maior parte das espécies ainda não foi descoberta", ressalta o pesquisador.

O que é um borboletário?

É um espaço licenciado pelo Ibama para conservação, pesquisa e criação de borboletas e mariposas. Nos jardins, são plantadas flores específicas para atrair as borboletas típicas da região onde está localizado.

Cada espécie de borboleta e mariposa é pesquisada a fundo para saber o tipo de néctar com o qual se alimenta e em que tipo de planta coloca seus ovos. Em geral, as borboletas voam livremente pelos jardins.

Para ver borboleta

Flores que voam
Endereço: Av. Pedro Paulo, 7.997, Horto Florestal, Campos do Jordão, tel. 0/xx/12/3663-6444 Funcionamento: de quarta-feira a domingo, das 10h às 15h
Entrada: R$ 15 (adultos), R$ 10 (de sete a dez anos e acima dos 60) e gratuita para menores de sete anos
Mais informações: www.floresquevoam.com.br

Laerte Brittes de Oliveira
Endereço: R. Ipitá, 193, Jardim Inamar, Diadema, tel. 4059-7600
Funcionamento: terças, quintas e sextas
Entrada: gratuita, mediante agendamento

Reserva Florestal Mata de Santa Genebra
Endereço: R. Mata Atlântica, 447, Bosque de Barão, Campinas, tel. 0/xx/19/3249-0720
Funcionamento: terças e quintas, das 9h30 às 15h30 (visitas agendadas). Aos sábados, das 9h30 às 11h30
Entrada: gratuita

Flávia Gianini
da Revista da Folha

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