Estado firma pacto com oito prefeituras para recuperação da mata nativa. Secretaria do Ambiente vai estudar como controlar espécies invasoras.
O mico estrela pode ser considerado uma espécie invasora: competição com espécies locais (Foto: Divulgação/Secretaria estadual do Ambiente)
Depois de analisar a lista com 226 espécies animais e plantas invasores e exóticos que estão destruindo a flora e a fauna do estado, e de promover uma série de ações para conter o crescimento dessas espécies, a Secretaria estadual do Ambiente vai preparar uma "lista verde", que vai relacionar as plantas e animais nativos para substituir as espécies de fora.
“Vamos estudar a lista e promover programas para a retirada das espécies invasoras que estão degradando nosso ambiente. A intenção não é sair por aí matando micos ou derrubando jaqueiras. O que a gente quer é controlar o crescimento dessas espécies para que elas não se transformem numa praga”, disse a secretária do Ambiente Marilene Ramos.
Segundo a coordenadora da pesquisa, a bióloga Helena de Godoy Bergallo, o objetivo da “lista verde” será estimular e incentivar o cultivo e a criação de espécies nativas, como, como aroeira, jacarandá, ipê, paineira e pau-brasil.
“As plantas e os animais não conhecem os limites geográficos e, por não terem predadores ou parasitas naturais, estão acabando com as espécies nativas, levando algumas à extinção. É claro que as pessoas vão poder continuar plantando uma mangueira no seu quintal. Mas se puderem substituir por um ipê, tanto melhor”, disse a coordenadora da pesquisa.
A lista das espécies invasoras e exóticas preparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Biomas foi entregue oficialmente nesta quarta-feira (27) à secretária do Ambiente, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, no evento que celebrou o Dia Nacional da Mata Atlântica. No evento também foi firmado um pacto para a recuperação da Mata Atlântica e lançado um livro com estratégias para a conservação da biodiversidade fluminense.
Pacto pela Mata Atlântica
O pacto de restauração da Mata Atlântica foi firmado entre o governo do Estado, entidades de pesquisas, ONGs, universidades e oito prefeituras: Paracambi, Pati do Alferes, Engenheiro Paulo de Frontin, Macaé, Teresópolis, Petrópolis, Cachoeiras de Macacu e Varre-Sai. Segundo Marilene Ramos, trata-se da internalização no Rio do pacto firmado há cerca de um mês entre seis estados e o governo federal.
“A meta é recuperar 15 milhões de hectares em todo o Brasil, até 2050. Cabe ao Rio recuperar um milhão de hectares. O objetivo é promover um trabalho integrado em todo o estado. Vamos aproveitar programas que já estão em andamento como o ICMS ecológico, que deve arrecadar até 2011 cerca de R$ 100 milhões, que serão destinados às ações ambientais”, disse Marilene.
Segundo a secretária, atualmente o Estado tem 178 mil hectares de mata preservada. Como uma série de ações ambientais que já estão sendo desenvolvidas, ela acredita que até 2010, o Rio possa contabilizar 200 mil hectares restaurados de Mata Atlântica.
O secretário de Meio Ambiente de Teresópolis, na Região Serrana, Flávio Castro, disse que o pacto vai impulsionar ainda mais os programas de restauração do bioma na cidade.
“Nos próximos quatro anos, temos como meta recuperar mil hectares de mata nativa, com programas de erradicação de ocupação irregular de encostas e política de reassentamento dessas famílias. Com o pacto, podemos ampliar nossos projetos”, afirmou Castro.
Guia para a preservação
Para dar incentivo ao pacto, Marilene disse que todos deverão se valer das informações do livro “Estratégias e ações de conservação da biodiversidade no estado do Rio de Janeiro”, feito por pesquisadores da Uerj e do Instituto Biomas, em parceria com a Embrapa, Ceperj e Instituto BioAtlântica.
“Esse livro será como um guia que vai nos ajudar a conhecer e nortear as ações de recuperação da Mata Atlântica da maneira mais técnica e precisa”, concluiu Marilene.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário