Uma crônica que achei bem legal, por LORENZO FALCÃO, Editor do Ilustrado do Diário
Nunca gostei de morar em apartamentos. Sempre preferi casas, já que me sentia como um passarinho na gaiola dentro de um apartamento. Ter um quintal, poder pisar na terra, plantar árvores, arbustos etc, quem sabe até cultivar uma pequena horta, são coisas que sempre curti, embora não curta mais com tanta intensidade.
Uma das vantagens de se morar numa casa é a de poder ter animais de estimação. Lógico que pra quem gosta. Eu, como tive o privilégio de ter tido muita convivência, durante a infância e adolescência, com o meio rural, sempre gostei dessas coisas. Animais, plantas... Cheiro de terra molhada, ah, que gostoso o cheiro da terra molhada quando caem as primeiras chuvas depois da longa estiagem que arrebenta com a gente aqui do Centro Oeste.
Mas voltemos aos animais de estimação. Já tive muitos, vários... Principalmente cães e gatos. Criar animais é bom, mas tem lá seus contras também. A sujeira que fazem é pouca e nem me importa. O pior é quando ficam doentes ou mesmo morrem. Que tristeza!
Ultimamente tenho me prendido mais aos bichanos. Dão menos trabalho e são animais de rara beleza. Não estão nem aí pra gente. A não ser quando bate a fome. Aí eles se achegam e dão um jeito de se comunicar. Só faltam falar... Parece que viram meio que gente, mostram-se interesseiros e comunicativos. Assim, pelo menos, são Zé Preto e Nikita, um casal de gatos que crio atualmente.
Os gatos dormem cerca de 16 horas por dia, entre cochilos leves e sonos mais profundos. Vida boa. E estive lendo numa dessas revistas estilo Super Interessante, que são os mais terríveis predadores que a natureza conhece. Matam e comem desde insetos até pássaros e pequenos mamíferos. São implacáveis diante dessa lei da natureza.
Outro dia eis que minha filha me chama na cozinha meio apurada. Atendi e também me alterei: Nikita tinha apanhado uma rolinha, uma dessas pequenas pombas, meio marrom e inofensiva totalmente. A varanda externa que sai da cozinha estava que era só pena pra tudo quanto é lado.
Fiquei daquele jeito. A Nikita com o passarinho na boca e os olhinhos assustados dele, como que pressentindo que sua hora estava chegando. E os gatos são malvados. Gostam de tipo dar uma chance ao bicho, quando sabem que ele, a presa, já tá mais pra lá do que pra cá. Mas, por obra de algum acaso divino, acho que a Nikita errou no cálculo nesse dia. Eu ralhei com ela e a gata soltou a pombinha, para logo em seguida mordê-la novamente. Senti que era a minha chance, abaixei-me rapidamente e a gatinha também se acercou, mas aconteceu o milagre. A rolinha saiu voando rapidamente para longe do nosso alcance e, soberana dos céus, ampliou sua breve longevidade.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
A gatinha e a rolinha
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