Redação Internacional, 15 out (EFE).- Os primeiros animais que saíram da água rumo à terra firme durante o Devoniano não só trocaram as nadadeiras por patas, mas tiveram que adaptar os ossos da cabeça à vida na superfície.
Assim demonstra um novo estudo dos fósseis de Tiktaalik roseae, encontrado em 2004 na ilha Ellesmere, no arquipélago ártico canadense, e publicado hoje pela revista "Nature".
A equipe de pesquisadores, dirigida por Ted Daeschler, da Academia de Ciências Naturais da Filadélfia, e Neil Shubin, da Universidade de Chicago, examinou de forma minuciosa os ossos da cabeça do animal, que viveu há cerca de 375 milhões de anos.
O Tiktaalik era um peixe pulmonado, predador, mas com características muito particulares: tinha brânquias, escamas e espinhos nas nadadeiras, além de crânio, pescoço, costelas e apêndices parecidos aos dos primeiros animais com quatro patas.
Segundo Daeschler explicou à Agência Efe, o animal, de fato, se encontra na base da vida que deu lugar a todos os animais de quatro patas.
Segundo Jason Downs, principal autor do estudo e pesquisador da academia, as características do crânio dos animais terrestres foram as primeiras adaptações à vida em águas pouco profundas.
Mudanças complexas que conduziram a uma completa reestruturação dos ossos da cabeça e a relação entre eles. O exemplo mais claro é o da peça que em peixes conecta a caixa craniana, o paladar e as brânquias e coordena os movimentos de comer e respirar.
Com a mudança de habitat, esta peça - o osso hiomandibular - foi se reduzindo e acabou perdendo sua função original.
No peixe tetrápodo "a parte óssea do hipermandibular se reduziu enormemente frente a sua condição original", uma diminuição que, segundo Downs, "poderia indicar que esses animais, em um ambiente aquático pouco profundo, já começavam a depender menos da respiração branquial".
Junto com o hiomandibular, no Tiktaalik também os ossos rígidos que cobrem as brânquias nos peixes tinham se reduzido significativamente, uma mudança que permitia movimentar melhor a área do pescoço.
Fonte: EFE
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Estudo dá novas pistas sobre evolução animal
Postado por Rodrigo às 06:15
Marcadores: Meio Ambiente
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