quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Apreensão de animais em circo de Brasília provoca tumulto

Correria, agressões e tumulto marcaram ontem a remoção de pouco mais de 20 animais, apreendidos no circo Le Cirque, montado a cerca de quatro quilômetros do Palácio do Planalto, para o Zoológico de Brasília, como parte da Operação Arca de Noé. Um laudo do Ibama determinou a interdição do circo por falta de segurança para o público e maus tratos aos animais, entre os quais duas girafas, cinco elefantes, chimpanzés, pôneis, um rinoceronte e um hipopótamo.

Tratadores e funcionários que haviam se acorrentado a veículos do circo (foto ao lado) tiveram as argolas arrebentadas e foram arrastados da frente dos carros. Artistas do circo, funcionários e até um adolescente de 13 anos que formavam uma barreira humana para resistir à operação também foram retirados à força. "É uma arbitrariedade", protestou o advogado Luiz Sabóia, que tentou em vão negociar uma trégua com os fiscais e policiais militares requisitados para dar suporte à operação.

Sabóia exibia uma liminar da Justiça de Brasília, concedida no dia 2 deste mês, que considerava as condições de alojamento dos animais satisfatórias e derrubava os efeitos da interdição anterior, emitida pelo Ibama no final de julho. Mas o órgão providenciou nova inspeção e emitiu novo laudo. Para o advogado, foi uma "maneira esperta" do órgão de descumprir a decisão judicial.

O circo instalou-se em Brasília em 24 de julho e foi imediatamente interditado pelo Ibama. No dia 2, a direção do circo obteve liminar da Justiça local, que considerou as condições de acomodação sem risco à integridade dos animais e à segurança pública. O Ibama então expediu novo laudo e deflagrou ontem a Operação Arca de Noé, em parceria com o órgão de Brasília, o Ibram.

Fonte: O Povo

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